A AEPSA (associação de negociantes privados de serviços de águas) protagonizou uma acção de propaganda fraudulenta em prol da privatização dos serviços de águas, veiculada por vários jornais e outros meios de disseminação, desde fins de Julho de 2017. Essa acção faz parte de uma clara interferência programada na campanha das eleições autárquicas, precedendo outra acção de maior vulto, anunciada para fim de Setembro, que trará a Portugal e dará palavra a vários missionários estrangeiros da privatização, com as expectáveis sonantes divulgações nos órgãos de informação a soldo e preenchendo completamente a última semana da campanha autárquica.
Neste documento, analisam-se e evidenciam-se os interesses e objectivos políticos destas acções, com ênfase para o ataque à democracia, à participação política dos cidadãos e ao Poder Local Autárquico.
Apresentam-se alguns dados sobre o papel insubstituível das Autarquias Locais na garantia do direito universal à água e ao saneamento em Portugal, focando o período em que o abastecimento de água e saneamento foi exclusivamente serviço público e competência autárquica e comparando com a evolução posterior.
Faz-se uma breve contextualização destas iniciativas do cartel de negócios da água, face às crescentes manifestações da população em defesa da água pública e da gestão pública da água e aos múltiplos documentos que demonstram os danos públicos e particulares dos utentes pela privatização dos serviços.
Mostra-se a “prestidigitação” da AEPSA na sua propaganda e como “faz crer” nas suas inverdades.
Faz-se uma breve apreciação do alegado “estudo” possuído pela AEPSA, desmontando algumas das mistificações dele constantes.
Dá-se breve nota e alerta sobre a sequência anunciada, que preencherá a última semana da campanha autárquica, com o mediático evento Porto water innovation week, que, com grandes recursos mobilizados do estrangeiro e com apoio do Governo e participação de detentores de cargos públicos na Administração Central, contará com extensa intervenção de proeminentes missionários estrangeiros da privatização da água e tem já a propaganda mediática garantida pela IMPRESA.
Culmina com a “Mayors & Water Conference 2017” (Presidentes da Câmara e Água) programada para o dia 29 de Setembro, o dia de fecho da campanha autárquica, assegurando assim a ausência massiva nesse encontro (e silêncio) dos autarcas portugueses.
Sendo o tema aqui exposto demasiado amplo para tratar num artigo e estando várias das matérias pertinentes e factos referidos profusamente documentados, indicam-se em notas de fim várias fontes e bibliografia que possam suprir as inevitáveis superficialidades e omissões.
[download id=”179″]